terça-feira, 13 de março de 2012

GENTILEZA GERA GENTILEZA



Viveu no Rio de Janeiro
Em meados dos anos 80
Um tal de José Datrino
Também chamado Profeta Gentileza


Consolador voluntário
Usando túnica e longa barba
Andava pelas ruas sozinho
Oferecendo rosas a quem passava


Acreditando ter a missão
De melhorar o mundo em que vivia
O pequeno espírito de Deus,
Era amável com todos que via.


Mas os anos foram passando
E não houve retribuição
Para cada palavra amável
Foi-lhe dito um palavrão.

Assim o pobre velho se cansou
De tentar tocar a alma humana
Se fechou, emudeceu...
E a tristeza apagou-lhe a chama.


Cristina Ferber