sábado, 31 de março de 2012

DUAS VIDAS (deux vies)

(Deux vies important

Deux êtres,

Deux avenir

ensemble ,

Dans un monde impur)
Duas vidas
Importantes,
Duas promessas,
Triunfantes.
Dois inícios,
Indefesos.
Duas formas,
Dois começos.
Dois seres,
Dois futuros,
Entrelaçados,
Num mundo impuro.
Bebê criança,
Bebê planta,
Tão carentes,
De proteção.
Duas formas,
Duas vidas,
Em que não há
Comparação!


Cristina Ferber

PÉROLAS

Da dor surgiu uma lágrima,
Da lágrima,
Uma pérola,
Da pérola,
Um brinco.
Um brinco de madrepérola,
Creme,
Dourada
Ou negra,
Que tem por atributo,
Mostrar singular beleza...
Beleza incontestável,
Vinda da hábil natureza,
De transformar o que é dor,
Em sublime expressão de nobreza!


Cristina Ferber

sexta-feira, 30 de março de 2012

A DANÇA DO SONO



Vai, me deixa galante dançarino,
Não quero dormir ainda...
O que te faz atado ao meu destino
De intenso sono tão cristalino?



Hábil bailarino, amante e senhor
Que me envolve em seus passos
Que me entorpece os sentidos
Me liberta deste torpor...


Meu dançarino do sono
Me devolva a consciência
Me restitua a nobreza
De fitar a vida, enfim...


Há tanto que fazer,
E o dia já se finda...
Me desperta, me reanima
Vai-se pra longe de mim.



                                              Cristina Ferber

quarta-feira, 28 de março de 2012

ESCOLHAS



Escolho o silêncio,
A calma,
O repouso.
Escolho o mistério
Do dia chuvoso.


Escolho o sorriso,
O júbilo,
A alegria.
Escolho o entusiasmo
Da energia.


Escolho a emoção,
A afeição,
O sentimento.
Escolho a magia
Do encantamento.


Escolho a vida,
A fé,
A esperança.
Escolho a chance
De promover a mudança.


Escolho caminhos,
Arriscados e estreitos.
Escolho o olhar
Sem preconceitos.



Cristina Ferber

terça-feira, 27 de março de 2012

IMPERFEITA! (imparfait!)

(Il n'était pas si ...

Ce n'était pas si bon ...

Ce n'était pas,

Je pensais que ...)

Não era assim...
Não ficou tão bom...
Não foi isto,
Que pensei...
Alma minha,
Devolva-me a alegria,
Que pelos cantos deixei!


De pensar em ser a melhor
Ou em ter
O que sempre almeijei,
Fui perdendo horas de vida...
Fui deixando de me fazer bem.



Hoje faço
E não me importo
Com detalhes e correção,
Pois a felicidade ainda mora,
Onde sequer desconfia a perfeição.



Cristina Ferber

CORAGEM (COURAGE)

Nous sommes nés nus,

Jusqu'à ce que nous apprennent à cacher

Qui nous sommes et ce que nous voulons,

Notre propre façon d'être ...)


Com disfarce somos muitos
Sem ele, apenas um.
Postar-se perante o mundo,
Deveria ser algo comum.


Nascemos sem disfarces,
Até que aprendemos a esconder
Quem somos e o que queremos,
O nosso próprio jeito de ser...


Amanhã vou acordar
E não irei mais me esconder
A quem amava meu disfarce,
Nada terei a oferecer.


Cristina Ferber

segunda-feira, 26 de março de 2012

MENINA ESPERANÇA



Menina Esperança
Vestida de rosa,
Alegre criança
Que anda descalça.



Carrega lacinhos
Em suas louras tranças,
As sardas no nariz,
Sorriem quando dança.


Perdi meus sonhos,
Menina Esperança.
Já não me lembro,
Onde os guardei...


E ela me olha,
E não me responde,
Por certo quer brincar,
De esconde-esconde...



Cristina Ferber




sábado, 24 de março de 2012

VIOLETAS, AMIGAS OU BORBOLETAS?

Violetas,
Mimosuras
Ou talvez sejam
Apenas travessuras...
De borboletas
Que se fazem
De violetas
Em vasinhos
Especiais...


Violetas,
Amigas
Reunidas,
Na saudade...
Que contam casos,
Celebram a vida,
Evitam a despedida
De amizades
Especiais...


Cristina Ferber


sexta-feira, 23 de março de 2012

CHUVA, QUANTAS FACES TEM?



Chuva de esperança,
Que conforta,
Alivia e fortifica.


Chuva de loucura,
Que entristece,
Aflige e aborrece.


Chuva forte,
Que precipita,
Magoa e espanta.


Chuva fraca,
Que refresca,
Alegra e desanuvia.


E entre tantas faces da chuva,
Algumas boas,
Outras não,
Com elas nascemos,
Crescemos,
E morremos,
Não importa,
Se felizes ou não.


Cristina Ferber




quinta-feira, 22 de março de 2012

NÃO ESTAMOS SÓS! (nous ne sommes pas seuls)

(Essuyez les larmes, Mon doux ami)


Enxugue as lágrimas
Meu doce amigo
Estou contigo
Na sua aflição.


Não será este sofrimento
Que lhe abaterá
Não será essa dor
Que o destruirá.


Trago-lhe a paz
Alento e conforto
Trago-lhe esperança
E vontade de lutar.


Vim do Cosmos,
Do céu, do éden
Vim de longe
Só para lhe reconfortar.


Cristina Ferber

terça-feira, 20 de março de 2012

CORAJOSAS VALQUÍRIAS (Valkyries gras)




  (Dedico este poema a todas as jovens que acreditam na vida)
(Je dédie ce poème à tous les jeunes qui croient en la vie)




Mais qui sont-ils,

 Les Walkyries?
                               


Mas quem são elas,

As Valquírias?

Na mitologia,

Filhas de Odin.

No dia a dia,

Moças trabalhadeiras,

Jovens guerreiras.

Algumas são mães,

Trabalham e estudam,

Vislumbram e constroem

Um novo mundo.

Tanto faz...

Se têm cavalos alados

Ou um jovem ao seu lado.

Para as Valquírias,

A luta é intensa

A coragem é imensa

Para suportar...

Os dias que chegam

As noites que se vão,

Carregando a juventude,

Que as fazem amar...

O mundo que existe,

O mundo em que vivemos,

O mundo que queremos,

Aprimorar.



Cristina Ferber

segunda-feira, 19 de março de 2012

PAINEIRA-ROSA



(Em Curitiba, Carlos Eduardo, empresário, se acorrentou a uma paineira-rosa, determinado a salvá-la do
corte)


Paineira, paineirinha...
Que aborrecimentos causou?
Não sei. Respondeu ela
Apenas existo. Murmurou.


Imponente árvore frondosa,
Ostenta envaidecida flores rosa
Tal qual um ornamento sublime,
Majestosa, linda, silenciosa...


Em seus galhos a paineira abriga
Delicados ninhos, feitos com carinho.
Seus frutos revestidos de plumas,
Viram travesseiros de passarinhos...


E a serra ameaça a preciosa
Pô-la abaixo, sem demora
Transformá-la em simples fragmento
Atestar por completo seu desaparecimento.


E quem será o vencedor,
Dessa batalha tão cruel?
A serra e o serrador
Ou a paineira e seu amigo fiel?


Cristina Ferber




sábado, 17 de março de 2012

FELIZ ANIVERSÁRIO!


Sorria para a vida
Busque alternativas
Veja os caminhos
Tenha uma diretriz!


Conviva com as pessoas
Viva na expectativa
Ame a família
Preserve sua raiz!


Vibre com o aniversário
Use a imaginação
Se permita a iniciativa
De ser feliz!



Cristina Ferber

ADEUS MENINO MAR (garçon au revoir à Mars)


Dorme o mar
Sob o ninar da Lua
E suave respira
Ondas de espuma.


De dia, acorda
E reflete luz azul
Buscando as andorinhas
Que migram para o sul.


Seu brinquedo são estrelas
De cinco pontas
Que colhe nas rochas
Quando o sol desponta.


Amigos golfinhos
Nadam nas enseadas
Chegam em cardumes
Iniciando a jornada.


A beleza e harmonia
Do nosso menino
É alegria da mãe lua
E à noite, a faz brilhar.


Mas quando o óleo
No mar é derramado
E de sua garganta
Sai um grito sufocado...


A lua chora...
Tristes lágrimas de vida...
Pois sofre o amor
Na hora da despedida.



Cristina Ferber

quinta-feira, 15 de março de 2012

PIETÀ




Das mãos de Oscar Luiz
Irreverente artista argentino
Surge na areia, Pietà
A Piedade, mãe do Divino


Exposta na calçada,
Entre o asfalto e construções
A imensa dor de Maria
Nos remonta ao tempo da humilhação


Grãos de pó que deram vida
A uma das mais belas visões
Do abraço sofrido de Maria
Em Jesus, nosso abençoado irmão.


Chuva e vento levarão
A nossa formosa Pietà de areia
Mas a história desse sublime instante
Iluminará nossas aflições como uma candeia.



Cristina Ferber

quarta-feira, 14 de março de 2012

SOBRE DUAS RODAS



Sobre duas rodas
Lá vai Juliana
Pedalando sua juventude
De semana em semana


A Avenida Paulista
É seu caminho habitual
É lá que vê os amigos
Como num breve ritual


Pedalar é aventura
Exercício de prazer
A distância pouco importa
O que interessa é percorrer.


Mas chega a força bruta
Do louco trânsito violento
Que arrebata a moça
Com a velocidade do vento.


Eu estou aqui! Grita Juliana.
Mas foram suas últimas palavras...
E como um pássaro abatido
É no asfalto jogada...


Um dia, Juliana, um dia...
Quando Marias, Márcias e Luizas
Também se forem na Av. Paulista
Aí sim, haverá de ser feita uma ciclovia!

Cristina Ferber

terça-feira, 13 de março de 2012

GENTILEZA GERA GENTILEZA



Viveu no Rio de Janeiro
Em meados dos anos 80
Um tal de José Datrino
Também chamado Profeta Gentileza


Consolador voluntário
Usando túnica e longa barba
Andava pelas ruas sozinho
Oferecendo rosas a quem passava


Acreditando ter a missão
De melhorar o mundo em que vivia
O pequeno espírito de Deus,
Era amável com todos que via.


Mas os anos foram passando
E não houve retribuição
Para cada palavra amável
Foi-lhe dito um palavrão.

Assim o pobre velho se cansou
De tentar tocar a alma humana
Se fechou, emudeceu...
E a tristeza apagou-lhe a chama.


Cristina Ferber

PONTO DE CRUZ


Etamine branco no colo
Agulha e linha nas mãos
E as cruzes são bordadas
Formando flores e coração.


Mãos de ouro, alma de artista
No ponto de cruz, minha avó descansa
Nos fios em que se perde,
Ao mesmo tempo se alcança.

Oitenta anos, pouco tempo...
Deixados em coloridas lembranças
Eternizou seu grande talento
Marcando com linhas minha infância


Cristina Ferber

segunda-feira, 12 de março de 2012

SARAU DOS POETAS (Sarau DES POETES)



No sarau dos poetas
O clima é de magia
As estrelas enfeitam a noite
A lua suspira nostalgia.


No encontro dos autores
Cada palavra é uma promessa
Recitam o impensável
E fazem versos sem pressa.


Aos amantes das letras
Não interessa princípio ou fim
Importa onde crescem as emoções
Se em vaso, ou em jardim.

(Il pousse où les émotions, Si dans des pots ou au jardin)


Cristina Ferber

CAVALEIRO MEDIEVAL (chevalier médiéval)




Entre as camadas de couro
Por baixo da armadura de aço
Bate o coração do meu guerreiro
E de veludo é seu abraço.


Quando chega para o amor
Ele me despe com brandura
Me libertando da dor
De ser sempre e eternamente sua.


Com a mesma força que luta,
E o mesmo vigor que combate,
Meu cavaleiro me domina
Com sua paixão escarlate.


Mesmo diante de tão doce aventura
Amanhecendo, sei que partirá
Sua sina é a guerra
E a minha é lhe amar.


Cristina Ferber

domingo, 11 de março de 2012

AMOR DE CHOCOLATE (La passion du chocolat)



                                                (Para Moisés e Liza)

Amor de chocolate
É agridoce, estimulante e divino
Quando chega, vem sorrateiro...
Com seu jeito de felino.


Moreno cor de chocolate
Que no corpo carrega a semente
Seu licor é cacauati
Que desce na garganta, suavemente...


Amado cor de chocolate
Rei da Costa do Marfim
Quando sussurra em meus ouvidos
Acende intensa chama em mim...



Cristina Ferber

OUTONO (AUTOMNE)








(Longues nuits d'automne
Et les amateurs avec le temps à vous aimer ...)

Outono de noites longas
E amantes com tempo pra se amar...
Na janela, leve brisa,
Que começa a pesar...

Na sala, frágeis orquídeas
Oferecem charme à transição.
Na cozinha, margaridas,
Dão adeus ao finado verão

Outono Austral do Sul
Que cobre as árvores de marrom dourado
Venha encher meus olhos
De paisagens vermelho alaranjado!


Cristina Ferber

sábado, 10 de março de 2012

JARDIM DE INFÂNCIA



Corre corre no parquinho
Briga por causa de bola
Ciranda cirandinha...
Pega pega, deita e rola.


Na sala, coloridas massinhas...
Tinta guache, giz de cera.
Rabiscos e conversas
Trabalho de artes, brincadeiras...


Meninas com mochilas rosa
Meninos com bonés maneiros
Todos se sentindo elegantes
Alegria o tempo inteiro...


Não há lugar no mundo
Mais bonito que um jardim de infância
Se houver, só pode ser
O mesmo jardim, só que em lembrança...




Cristina Ferber

sexta-feira, 9 de março de 2012

CORAÇÃO CELTA



O coração guerreiro Celta
Bate forte, sem receio
Busca o ar das florestas
A natureza é seu devaneio


A alma Celta é eterna
Migra de vidas em vidas
Sabe que o mundo é transitório
E que dele nada fica


Veneram seus antepassados
Exaltam valores, se revestem de brios,
Outrora tive vida Celta
Vida plena de desafios.



Cristina Ferber

quinta-feira, 8 de março de 2012

CARNAVAL MINEIRO



Carnaval mineiro
De cidades históricas
Ouro Preto, Tiradentes
Bloco da Bandalheira Folclórica


Carnaval de Minas
Do final da tarde ao raiar do dia...
Foliões festejam em Mariana
Sabará e Diamantina.


Carnaval da Serra do Curral
E Canto da Alvorada
Samba de Beth Carvalho
Santo Bando dos Metralhas.




Cristina Ferber

ADEUS ESTRELA!



* Dedicado a  Whitney Houston


Combinando sons e silêncios...
A diva encantou o mundo...
Eterna Euterpe...
Inesquecível Aede...
O que lhe faltou,
Brilhante Osíris?
Por que se foi
Assim tão cedo?
A que constelações
Pertence agora?




Cristina Ferber

O POETA




O Poeta nasce cantando
Música que é riso e pranto
Seu lamento é passageiro
Sua voz, quase um encanto.


O Poeta se nutre do que faz
A poesia, seu mel, é alimento
Transforma em divino o que é humano
E tudo o que antes era sofrimento


O Poeta não precisa de chaves
Para ele, nenhuma porta se fecha
Como peregrino de distantes mares
Busca repouso em praias incertas


O Poeta vem e vai
Tal qual a onda espumante
Quando vem, traz felicidade
Quando vai, deixa um amante.


Cristina Ferber